Apresentamos aqui alguns dos erros que ocorreram durante o julgamento da raça Boer pelo Sr. Douglas Thompson, um especialista em caprinos de leite, mas que não está credenciado nem mesmo em seu país de origem (Estados Unidos) a julgar animais de corte.
A foto ao lado mostra um animal que apresenta problemas muito sérios e que qualquer juiz que tenha tido formação específica sobre a raça Boer colocaria em último lugar ou tiraria de pista. Neste caso, os animais de corte precisam ter capacidade de andar muito, pois para sua exploração econômica devem ir a campo. Ao contrário nos animais de leite a exploração econômica ótima se dá no puro confinamento, sendo portanto nestas raças eventualmente tolerável uma tal anomalia no sistema locomotor.
A inexperiência ou falta de conhecimento do jurado, fez com que na Feinco 2007 animais com este tipo de problema fossem premiados, neste caso inclusive com o grande campeonato da raça Boer! Click na foto para ver o video Vemos aqui o Grande Campeão e chama a atenção o nível de constrangimento expresso pelo Presidente da ABCBoer nesta situação. As fotos mostradas são somente indicativas do problema, veja o vídeo para observar o animal em movimento. Colocamos ao lado o detalhe da página 45 do manual do curso básico de julgamento da raça Boer editado pela Associação de Criadores de Boer da África do Sul - origem da raça.
De uma forma simples e gráfica mostra-se na página 45 que este tipo de defeito não deve ser tolerado na raça
Click na Foto para ver o video Um outro problema sério na raça Boer que passou totalmente desapercebido ao Sr. Douglas Thompson, pelo fato de não existir nas principais raças leiteiras foram os chifres. Este problema é muito sério no Boer, especialmente nos machos, tanto que são dedicadas as páginas 39 e 40 do manual do curso a este tema. O problema mais sério que ocorre na raça Boer são os chifres que saem da cabeça excessivamente próximos e por isto tocam o pescoço do animal e vão por fricção provocar ferimentos no animal que o levam à morte se não forem percebidos à tempo e tratados. Mesmo quando tratados, voltam por serem causados por fricção. Pior ainda a situação quando além de próximos, estes chifres não abrem na sua trajetória para traz, pois neste caso até mesmo as pontas dos chifres tocam o pescoço e cernelha do animal, causando lesões e ainda inibindo o movimento de comer para cima, necessário para a ingestão de arbustivas, que compõem 75% da alimentação destes animais a campo. Veja que belos exemplos destes problemas temos na foto ao lado, onde os dois animai s que estão à frente são os resectivos primeiros colocados nas categorias e nesta escolha sairam como Campeão e Reservado Campeão de Categoria!!
É natural que nenhum criador que já tenha participado de julgamentos de qualidade ou que conheça os objetivos básicos da raça conseguisse entender com que critérios estes animais estavam sendo premiados, quando havia animais muito melhores na pista, muitas vezes até do mesmo criador! Desta forma tivemos situações cômicas como a de um animal já sagrado campeão em várias pistas muito concorridas ter ficado fora dos seis primeiros colocados na categoria, enquanto um animal comercial (por apresentar defeito sério) do mesmo criador ganhou o campeonato da categoria.
Este tipo de espetáculo lamentável é exatamente o que tentamos evitar, quando na semana antes do evento alertamos a Capripaulo sobre a impossibilidade técnica e a ilegalidade que demonstrariam a utilização de um juiz que não tem suficiente conhecimento da raça e seus problemas e não está qualificado para julgar a raça em seu país de origem. Mas a presidência da Capripaulo, na pessoa do Sr. Vicente Ribeiro insistiu no erro e forçou os criadores sérios a retirar seus animais de pista, pois afinal pelo menos estes merecem o mínimo respeito.
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